Profissionais das equipes de Atenção Primária do programa de Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) que atuam nas unidades prisionais de Campos e ltaperuna participaram de uma capacitação para o manejo clínico da tuberculose. O treinamento, promovido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), aconteceu nessa terça-feira (19), na Faculdade de Medicina de Campos (FMC), e contou com a participação de profissionais do Estado. O encontro continua nesta quarta-feira (20), das 9h às 17h, e tem o apoio do Núcleo de Educação, Pesquisa e Inovação (NEPI), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de Campos.
“O objetivo é atualizar esses profissionais sobre os protocolos e tratamentos disponíveis, visando proteger os detentos, uma vez que a tuberculose é uma doença de transmissão aérea que afeta a todos que compartilham o mesmo ambiente”, explicou Raquel Vilela Blake Piller, médica pneumologista que atua na Gerência de Tuberculose da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (GERT/SES/RJ).
Segundo o coordenador do PNAISP, em Campos, Bruno Cordeiro, a parceria com o Estado é fundamental para melhorar os indicadores e a adesão ao tratamento, que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pode curar a doença em seis meses.
“A busca ativa é uma estratégia importante para diminuir a incidência da tuberculose nas unidades prisionais. A iniciativa busca melhorar os indicadores e controlar a doença nesses locais, além de garantir a adesão ao tratamento, que é fundamental para a cura”, informou.
A enfermeira especialista em pneumologia sanitária, que atua como apoio técnico em tuberculose para saúde prisional pela GERT/SES/RJ, Priscila Marques de Oliveira do Nascimento, destacou que a incidência da tuberculose no sistema prisional é significativamente alta, sendo 29 vezes maior do que na população geral.
“Sabemos que o sistema prisional tem as suas particularidades e, por isso, elaboramos um material específico para a realidade do dia a dia de cada unidade, com o intuito de melhorar os indicadores e controlar a tuberculose nesses ambientes. O papel do Estado e da vigilância é essencial para alcançar essas metas, garantindo ações eficazes de prevenção, diagnóstico e tratamento”, salientou.
Para Danielle Barros Oliveira, coordenadora do PNAISP Itaperuna, o treinamento é muito importante para a equipe, pois ajuda a identificar indicadores do território e encontrar ferramentas para combater a doença. “Quanto mais capacitações houver, melhor a equipe poderá atuar de forma eficaz dentro da unidade prisional”, disse.