O Solar do Colégio — localizado em Tócos, na Baixada Campista —, sede Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, administrado pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), recebeu, na última terça-feira (1°), a equipe do projeto "A casa da elite fluminense no Brasil oitocentista", da Fundação Casa de Rui Barbosa. O grupo coordenado pela arquiteta e pesquisadora Ana Pessoa realizou seu trabalho de pesquisa de documentos e estudo do edifício.
Segundo a equipe que visitou o Arquivo, a pesquisa tem por objetivo o estudo de residências rurais e urbanas, no Estado do Rio de Janeiro, do século XIX, por meio de análise de conjunto relevante de edifícios históricos, que representem as transformações estéticas e funcionais do período, abordando também as redes de sociabilidade de seus proprietários e construtores.
As casas são tomadas como o testemunho inequívoco do período imperial e documentos indispensáveis para se compreender a vida social e a paisagem rural e urbana do Estado do Rio de Janeiro, e suas repercussões na contemporaneidade.
“Nosso grupo elencou uma série de residências, relacionadas a seguir, que são objeto de pesquisas nos arquivos históricos do Rio de Janeiro e Campos, e estão sendo analisadas presencialmente pela equipe em pesquisa de campo: Solar Santo Antônio (Asilo do Carmo); Solar do Colégio (Consulta ao Arquivo); Solar do Barão da Lagoa Dourada (Liceu Humanidades); Solar do Visconde de Araruama (Museu Histórico); Solar da Baronesa, Solar dos Airizes e Villa Maria”, detalhou a arquiteta e pesquisadora Ana Pessoa.
A visita ao Solar do Colégio teve como objetivo o estudo do edifício do antigo colégio, também residência de Joaquim Vicente dos Reis e, posteriormente, da família Barroso. “Também realizamos pesquisa no acervo do Arquivo, na qual consultamos um grupo diversificado de documentos, entre inventários e testamentos de famílias campistas, e a coleção integral do Monitor Campista, única no país”, completou Ana Pessoa, que visitou o Arquivo junto da historiadora Elizabeth Carvalho e da estudante de museologia Anna Vanoli.
A assessora técnica do Arquivo, Larissa Manhães, destacou a importância da visita das pesquisadoras. “O Solar do Colégio é um exemplar importantíssimo da arquitetura colonial, capaz de suscitar importantes reflexões sobre as populações nativas e sobre o processo de ocupação, dominação e aculturação empreendida pela ordem religiosa dos Jesuítas. Além disso, não podemos deixar de citar a importância do acervo custodiado pelo Arquivo, que possui relevância nacional para os estudos da história colonial. A vinda da equipe de pesquisadores e da coordenadora do projeto ‘Casa Senhorial’, uma iniciativa de âmbito internacional, corrobora para importância dessas fontes e dos periódicos custodiados no acervo do Arquivo”, observou.