Nutrição escolar: diagnóstico da rede feito por universidades
Os estudantes de Nutrição realizaram um estudo com os alunos da rede, avaliando relação peso-altura, fazendo teste de aceitabilidade da merenda escolar, verificando a taxa de sobra alimentar, além de oficinas culinárias, pale
As parcerias entre a secretaria municipal de Educação, Cultura e Esporte (Smece) e as universidades locais para produção de pesquisa e trabalho direcionado nas unidades de ensino continuam rendendo frutos. Alguns deles foram apresentados na tarde desta segunda-feira (11), no auditório da Universidade Estácio de Sá (Unesa), quando os estagiários do departamento de Nutrição, graduandos da Unesa, e pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) apresentaram resultados dos trabalhos realizados no segundo semestre letivo de 2017 nas creches e escolas da rede municipal.
Os estudantes de Nutrição realizaram um estudo com os alunos da rede, avaliando relação peso-altura, fazendo teste de aceitabilidade da merenda escolar, verificando a taxa de sobra alimentar, além de oficinas culinárias, palestras e atividades lúdicas. Os estagiários atuaram em 15 escolas, atendendo um total de 2,307 alunos. No primeiro semestre, foram avaliados 1.554 estudantes.
Os relatórios de conclusão apontaram que entre os alunos na faixa etária de 0 a 5 anos 23% estão com baixa estatura para a idade e 33% acima do peso. Já entre os estudantes entre 6 e 19 anos, a estatura está dentro das normas da Organização Mundial de Saúde (OMS), mas o excesso de peso é um problema para 24% dos avaliados.
— Além dos estagiários atuarem diretamente nas unidades de ensino, fazendo um trabalho personalizado, esses levantamentos são muito importantes para nós, servem para nortearmos nossas ações. Através das pesquisas deles, sabemos em quais creches e escolas precisamos fazer um trabalho mais efetivo, tanto com as merendeiras, quanto de educação nutricional. A obesidade infantil é um problema mundial, fruto de maus hábitos alimentares criados pelos pais, com excesso de alimentos industrializados. Diante desta realidade, uma das sugestões dadas pelos estagiários foi fazer reunião com os pais, explicando a necessidade de uma alimentação saudável para o desenvolvimento da criança — frisa Alessandra Frasnelli, diretora do departamento de Nutrição da Smece.
Os pesquisadores da Uenf estão atuando em 17 unidades de ensino avaliando a situação de risco sanitário, com coleta e análise microbiológica da bancada de preparo de alimentos, talheres, água e ar. A terceira etapa do projeto ocorrerá no próximo ano, com palestras para os manipuladores de alimentos sobre higienização correta.