O Programa Economia Criativa, vinculado à Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), encerrou suas stividades com uma cerimônia no Palácio da Cultura, na última semana. O encontro reuniu os projetos selecionados pelo edital, que apresentaram seus pitches a uma banca especializada. O evento, destinado a ampliar a visibilidade das iniciativas e a consolidar trajetórias empreendedoras desenvolvidas ao longo do ano, contou ainda com entrega de certificados e uma confraternização.
Os pitches foram avaliados segundo a viabilidade, o grau de inovação e o potencial de impacto social, conforme explicou a gerente de Economia Criativa, Adriana Crespo. O evento serviu também como um momento para estabelecer conexões com promotores culturais e investidores locais. Adriana ressaltou que este encontro entre empreendedores, gestores públicos e representantes do setor criativo ainda atende à continuidade e o desenvolvimento dos projetos.
A trajetória do Programa Economia Criativa e sua importância para o desenvolvimento local foram apresentadas no evento. Para Adriana Crespo, reunir startups e parcerias para essa cerimônia representou “a convicção de que investir em criatividade significou investir em pessoas, em identidade e em desenvolvimento territorial”. Ela ressaltou ainda o papel das formações e das atividades nas escolas como pilares para a consolidação dos projetos.
Para Kellem Monteiro da Conceição, da Adaia Curadoria de Objetos com Afeto e Circularidade, uma das startups contempladas pelo programa, esta foi uma oportunidade de ganho pessoal e profissional. “A experiência foi enriquecedora e me permitiu unir a parte criativa que já dominava ao conhecimento necessário para formalizar e expandir o negócio”, pontuou.
Giu de Souza, idealizador do projeto Brisa Bossa, também reconhece o papel fundamental do Programa Economia Criativa, considerando que esta foi “uma oportunidade de aprendizagem que nos ajudou a estruturar projetos com metas mais sólidas e passos mais firmes”. Já Victor Guimo, responsável pela Escafandro Editora, considera que, além da bolsa e da formação continuada, “poder conhecer e ter contato com tantos projetos incríveis e com um potencial gigantesco é algo para realmente valorizar”.
Além das iniciativas de Kellem, Giu e Victor, também participaram outras startups voltadas para diversas frentes de atuação. Na área de moda, identidade e empreendedorismo criativo o programa contemplou “Afro Moda Em Movimento”, de Mariana Nagib Queiroz de Mattos, “Moda Afro Amina”, de Edna de Jesus Silva, e “Empreendedorismo e Empoderamento Feminino Rústico”, de Alice Maria Melo Lino. No campo das artes visuais e da fotografia participaram “Curso de Foto Bordadas Afetivas”, de Natália da Silva Moraes, “Photto Cultura”, de Otto Cravo de Oliveiro Alves, e “Introdução ao Muralismo”, de Agnis Nogueira da Silva.
Voltados às artes cênicas, ao audiovisual e à produção cultural estiveram “ViraCena Festival de Teatro”, de Luiz Phellipe Caetano Rangel, “Minicurso de Introdução à Prática Teatral”, de Rogério da Silva Peixoto Filho, “Minha vida é um filme”, de Victor Hugo Soares Berenger, e “Take Livre”, de Juliana Rufino Sandamil. Já as iniciativas ligadas à produção editorial, narrativas e conteúdos incluíram “Escafandro Editora”, de Victor Guimo, “Palavra que Morde”, de Jean Bito Jazin da Costa Rangel, e “Podcast Saudades da Bola”, de Wesley Barbosa Machado, além de projetos dedicados à circulação cultural, territórios e sustentabilidade como “Espaço de Confluência Artística e Cultural”, de Remu Goitacá Mendes Flores, “Lona de Cria”, de José Carlos Rosa Pontes, “iN SUR GENTE”, de Vita Evangelista de Azevedo e “Raízes de Lagoa Feia”, de Letícia de Jesus do Espírito Santo.
Ao longo de seis meses, os bolsistas participaram do curso Gestão de Negócios Criativos oferecido pela TEC Campos Incubadora, em uma formação que combinou teoria e prática. O programa abordou economia criativa, elaboração de projetos, gestão cultural, branding, modelagem de negócios, planejamento financeiro e oficinas de apresentação, com o objetivo de transformar ideias iniciais em propostas estruturadas e com potencial de sustentabilidade.
Como parte das atividades práticas, os participantes realizaram contrapartidas em 23 escolas da rede municipal voltadas às turmas da Educação de Jovens e Adultos EJA, apresentando protótipos e relatos pessoais. A presença dos empreendedores nas salas de aula foi destacada por Adriana Crespo como elemento motivador para estudantes e como forma de aproximar a produção cultural do cotidiano escolar, ampliando o alcance social das iniciativas.
O encerramento representou um marco de aprendizagem prática, colaboração e articulação entre setores públicos e produtores culturais, e a Seduct reforça o convite para que a comunidade acompanhasse a continuidade das propostas. A expectativa manifestada pelos organizadores foi a de que a visibilidade obtida na cerimônia favorecesse a formação de redes, atraísse parcerias e contribuísse para a geração de emprego e renda a partir da economia criativa local.