Os benefícios da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) para o desenvolvimento das cadeias produtivas foram debatidos em Campos nesta quinta-feira (30). Com o tema “A sustentabilidade do agro no Norte Fluminense”, o evento foi realizado na Fazenda Cinderela, no Parque Canaã, e reuniu produtores, pecuaristas e especialistas da agropecuária. O vice-prefeito Frederico Paes participou da abertura do evento.
“Estamos neste evento, proporcionado pela Tree, trazendo inovação tecnológica para os nossos produtores, para os nossos pecuaristas. A Tree é uma empresa que planta árvore, trazendo também benefício ambiental para a nossa região. E lembrando que Campos desponta com uma grande perspectiva, com o Porto do Açu aqui perto, com empresas como a Tree vindo para a nossa região, o abacaxi com 2 mil hectares, produção de soja. Então, acho que a gente vive uma situação nova, de futuro e boas perspectivas para a nossa agricultura e pecuária”, afirmou o vice-prefeito.
O evento foi organizado pela empresa Tree+, em parceria com a Prefeitura de Campos, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Infraestrutura Rural, e entidades como a Associação dos Produtores Rurais do Rio de Janeiro (Aprorrio), a Federação da Agricultura do Estado do Rio de Janeiro (Faerj) e o Sindicato Rural de Campos.
FOTO: Rodrigo Silveira
O diretor-presidente da Tree+, Sandro Longuinho, apresentou o projeto “Boi na Sombra – Programa de Arrendamento e Parceria Rural da Tree+”. O projeto consiste na prática pecuária de fornecer sombreamento para o gado, através do plantio de árvores, visando melhorar o bem-estar animal e a produtividade. “Há uma sinergia muito grande em que a pecuária, através da sombra e o conforto térmico que é proporcionado pelas árvores, possa trazer para uma região que já utiliza muito bem essa atividade, que é a pecuária. Então tem integração muito grande e a gente ganha ainda mais com isso, com o projeto da Tree chegando ao Norte do Rio de Janeiro”, disse.
O secretário municipal de Agricultura, Almy Junior, destacou o potencial de Campos para o desenvolvimento agrícola.
FOTO: Rodrigo Silveira
“O que nós temos aqui é uma demonstração de que a gente efetivamente tem um potencial gigantesco para a agricultura. Eu não estou falando isso de agora. A nossa história mostra isso. E quando é feita a atividade agropecuária de maneira sustentável, ela é um repositório de energia, de carbono e de riqueza na nossa região. Então, nós estamos discutindo hoje eucalipto, Boi na Sombra, integração lavoura-pecuária, mas nós temos também o café em andamento, a soja, que já uma realidade, e o abacaxi evoluindo muito. Então, o nosso município, nossa região, tem um potencial gigantesco e a gente passa por um movimento de crescimento. É isso que tem que acontecer”, disse.
FOTO: Rodrigo Silveira
Durante o evento, várias palestras foram realizadas como a do engenheiro agrônomo Moacyr Corsi, professor titular do departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP). Ele palestrou sobre os sistemas intensivos de produção de bovinos em pastagens integradas com florestas. “Eu acho que esse projeto da integração pecuária e floresta, e de uma integração pecuária e outras atividades, é muito apropriado para o melhor uso do solo. Evidentemente, a gente pode colocar essas atividades em conjunto e ter um retorno melhor, ter um retorno mais estável dentro da propriedade”, comentou Corsi.
FOTO: Rodrigo Silveira
Além de Corsi, a pesquisadora da Embrapa Cerrados Isabel Ferreira fez uma explanação sobre os benefícios dos sistemas integrados para a pecuária. Já a gerente de Sustentabilidade do Sistema Faemg-Senar/MG, Mariana Ramos, falou sobre a propriedade rural sustentável.
Já o presidente da Aprorrio, Hudson Jader, ressaltou a importância da integração para a produção final.
FOTO: Rodrigo Silveira
“É uma oportunidade incrível de a gente poder conciliar a benfeitoria que essa floresta vai trazer para conciliar com o pasto. Como a gente já trabalha há alguns anos com o cruzamento industrial, que é o cruzamento de uma raça zebuína, uma raça europeia, esse conforto térmico que a floresta vai proporcionar, a gente está iniciando junto nesse projeto para entender os benefícios e propagar isso para os outros produtores. Então, como a gente tem a eminência de exportação, esse é um produto que tem muita afinidade para exportação, a ideia é que mais produtores façam e consigam agregar valor no seu produto final”, opinou.
Na parte da tarde, os participantes fizeram uma visita de campo na Fazenda Boa Esperança. O evento também reuniu produtores e representantes de outros municípios da região, assim como o secretário estadual de Desenvolvimento Regional do Interior, Pesca e Agricultura Familiar, Jair Bittencourt.