Campos será referência em análise de exame de detecção da tuberculose para os sete municípios que integram a Região Norte Fluminense. A nova estratégia foi anunciada durante reunião realizada na manhã desta terça-feira (27) e faz parte da descentralização das ações de controle da doença no Estado do Rio de Janeiro. O teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB), baseado em PCR, será processado pelo Laboratório Regional de Campos, que funciona nas dependências do Hospital Geral de Guarus (HGG).
Com a iniciativa, resultados dos exames, que antes levavam em média de sete dias para ficarem prontos por serem realizados no Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ari Parreiras (IETAP), no Rio, passam para até 48 horas. As primeiras amostras começam a ser analisadas em 16 de junho.
“Conforme determinação do Estado, Campos é um município polo regional na parte laboratorial de tuberculose. Nós já estamos realizando o teste rápido molecular, que é um teste novo para diagnóstico com muita rapidez para tuberculose, desde novembro. Nós já conhecemos a tecnologia e, conforme solicitação do Estado, Campos abre essa possibilidade de teste laboratorial para os municípios da região”, explicou o diretor de Vigilância em Saúde, o infectologista Rodrigo Carneiro.
Para a realização dos exames, o Laboratório Regional está apto a receber amostras clínicas como escarro, escarro induzido, lavado broncoalvelar, secreção traqueal, líquido cefalorraquidiano e líquido peritoneal. Essas amostras virão do próprio município, além de Macaé, Carapebus, Quissamã, Conceição de Macabu, São Fidélis, São João da Barra, São Francisco de Itabapoana.
“A reunião de hoje foi para iniciar o contato e estreitar o relacionamento com esses municípios, além de trocar informações sobre a logística de como será o recebimento das amostras para serem processadas em Campos. Temos a previsão de começar a fazer os testes desses municípios em 16 de junho”, afirma Carneiro, que acrescentou: “A tuberculose é uma doença extremamente prevalente em nosso meio e ainda representa importante causa de internação e óbitos dos pacientes. Então, a gente tendo a rapidez do diagnóstico, isso vai facilitar muito o manejo desses pacientes, diminuindo os casos grave e, consequentemente diminuindo também o número de casos já que é uma doença transmissível”.
Presente na reunião, a secretária executiva de Atenção Primária à Saúde de Macaé, Simone Sales Caldeira Rodrigues, falou sobre o que a nova estratégia representa para os municípios. “Mais agilidade no resultado para tratamento e acompanhamento desses pacientes, porque agora, o resultado saindo mais rápido, a gente consegue ter o diagnóstico e o tratamento ideal, dando ao paciente mais qualidade de vida”, disse.
A representante Gerência de Tuberculose da Secretaria de Estado de Saúde-RJ (GERT/SES-RJ) no município de Campos dos Goytacazes, Daniella Cavalheire, falou sobre a importância do processo de descentralização das ações de controle da tuberculose. “É importante não apenas para Campos, mas para a abrangência dos municípios da região norte. A realização do teste rápido molecular aqui, irá favorecer para ampliar não somente o diagnóstico que virá de forma mais precoce, justamente por sermos municípios vizinhos, o que tende facilitar no recebimento dos resultados em tempo oportuno para iniciar o tratamento dos seus munícipes”, disse.
A tuberculose tem cura e o tratamento é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A descentralização das ações de controle da tuberculose para Atenção Primária em Saúde teve início em 2024. Campos já conta com um serviço nas UBSF Parque Aldeia; UBSF Santa Helena; UBSF IPS; UBSF Conselheiro Josino; UBSF Santa Cruz; UBSF Jamil Ábido; UBSF Saturnino Braga; UBSF Penha; UBSF Imperial; Centro de Doenças Infecto-Parasitárias (CDIP); Centro de Referência Augusto Guimarães; Programa Consultório na Rua; além do Presídio Carlos Tinoco da Fonseca, Cadeia Pública Dalton Crespo de Castro e Presídio Feminino Nilza da Silva Santos.