“O que é uma vida de valor? O que é uma vida plena? O que é uma vida feliz?” Essas foram algumas das reflexões propostas pela psicóloga cognitivo-comportamental e neuropsicopedagoga clínica, Pâmella Nogueira, aos profissionais da Educação que participaram do curso “Saúde Mental e Comunicação Eficaz - Comportamento Alimentar e Saúde Mental”, realizado nesta terça-feira (12), no auditório da Prefeitura. A capacitação foi uma promoção da Escola de Formação de Educadores Municipais (Efem), Gestão de Pessoas e Programa Saúde na Escola (PSE) da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct).
A especialista em nutrição, fitoterapia, obesidade e emagrecimento, Viviane Barreto, também ministrou palestra, abordando a relação entre os transtornos de ansiedade e a compulsão alimentar. Lívia Guedes, representando a diretora da Efem, Thalita Ernesto, foi quem abriu o evento. Segundo ela, outros cursos estão previstos para acontecer ainda este ano visando o crescimento e o desenvolvimento dos projetos educacionais.
Pâmella disse que o objetivo do encontro não foi falar sobre a cura de doenças, mas levar as pessoas a cuidarem da saúde mental e emocional, para que possam alcançar uma vida plena e feliz na área pessoal e também profissional. “Acredito que, a partir da pandemia, as pessoas começaram a se dar conta da importância de trabalhar a saúde mental. Nossa tendência é colocar os problemas para debaixo do tapete, burlar as tristezas e dificuldades, evitando enfrentar situações desconfortáveis da vida. Na pandemia, não tivemos rota de fuga e fomos obrigados a encarar tudo isso”, explicou a psicóloga.
Ela acredita que, pós-pandemia, as pessoas passaram a falar mais sobre suas vulnerabilidades. “Sou psicóloga há muitos anos e tenho percebido essa diferença no comportamento. As pessoas têm notado que quem está ao seu lado tem vulnerabilidade também e precisamos encarar isso para ter essa vida de valor ou se aproximar daquilo que a gente encara como uma vida de valor”.
Já a nutricionista Viviane Barreto explicou que a maneira como as pessoas se comportam diz muito sobre elas. “Como nós nos identificamos, o que pensamos sobre a vida, quem nós somos, quem nós valorizamos e no que acreditamos. O nosso comportamento diz muito sobre nós. A pergunta que faço é que tipo de comportamento eu estou expressando e o que vem por trás desse comportamento? Porque, às vezes, a gente acha que tudo é fome, fome de comida, mas existe uma fome emocional e que a gente usa a comida como se fosse um remédio para aliviar as dores”, afirmou ela, acrescentando:
“Cada um de nós tem o seu gatilho e aquilo que vira a chave para adotar um comportamento diferente do que se espera. Aí eu me dirijo mais para as mulheres porque trabalhamos fora, temos família, filho, casa e outras atividades e queremos dar conta de tudo e ser boas em tudo. A gente não quer ser boa mãe e péssima profissional, mas boa mãe e boa profissional, boa dona de casa, boa filha, boa amiga, ou seja, queremos ser boas em tudo. E, muitas vezes, a gente não consegue ser boa em tudo porque mulher maravilha só existe na ficção. Somos seres humanos e temos as nossas falhas”.