Depois de 20 anos instalada em uma casa alugada, a Creche do Parque Prazeres está funcionando em uma nova sede. O prédio antigo — com infiltrações e rachaduras, totalmente inadequado para comportar uma unidade de ensino — foi substituído por um imóvel com mais espaço e preparado para receber os alunos. Outras oito unidades de ensino foram reformadas este ano, uma média de uma por mês. (
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— Saímos do inferno e agora estamos no paraíso. Agora temos salas amplas, refeitório, uma cozinha adequada, pátio e as crianças não correm mais riscos. A diferença é tão grande que ainda estamos nos adaptando. Os pais também estão muito felizes. Podemos recebê-los aqui dentro, o que não podíamos fazer no outro prédio — destaca a diretora da unidade, Kátia de Azevedo.
O “paraíso”, como Kátia se refere, é o prédio construído originalmente para abrigar o Centro de Vivência do bairro, o que nunca ocorreu. O imóvel de mais de 1.200m2 estava fechado. Enquanto isso, as 80 crianças atendidas pela creche ficavam aglomeradas em salas minúsculas, em condições precárias, aguardando a sede própria da unidade, que está em obras, ficar pronta.
Segundo o secretário municipal de Educação, Cultura e Esporte (Smece), Rafael Damasceno, a nova gestão da pasta encontrou as unidades de ensino da rede com muitos problemas infraestruturais.
— A situação financeira atual do município não nos permite fazer tudo que precisamos agora, mas estamos trabalhando para atender as situações mais urgentes como esta, que conseguimos graças a uma parceria com a Fundação de Infância e Juventude, que nos emprestou o imóvel — frisa Damasceno, destacando que, mesmo dentro das limitações orçamentárias atuais, a Smece reformou oito unidades de ensino nesses nove meses de governo e está com outras nove em obras.
Segundo o diretor do departamento de Infraestrutura da Smece, o engenheiro Francisco Freitas, a princípio foi cogitado reformar a antiga sede. “A situação era tão insalubre que vimos que não seria suficiente e não podíamos deixá-los esperar mais naquelas condições. Tinham salas interditadas, pisos soltos, muita infiltração e rachaduras. Aquela casa nunca teve estrutura para abrigar uma creche. Não sabemos como eles aguentaram ficar ali por tantos anos", pontua.
A maior das salas da antiga creche, por risco de desabamento, foi interditada e todas as crianças que nela ficavam foram transferidas para o que seria a sala de tv. Como o calçamento do quintal estava irregular e quebrado, colocando em risco crianças que estavam ainda dando os primeiros passos, os professores tinham receio de deixá-los brincar no quintal.
— Era uma vergonha. Um local para crianças onde elas não podiam brincar. Precisávamos sair de lá há anos. A despensa da escola era na secretaria, pois o local onde antes guardávamos os alimentos não tinha porta e foi tomado por mofo e cupim. Os banheiros serviam de depósito de material de limpeza e até botijão de gás ficava nele. Estávamos todos correndo risco — lembra Kátia.