Representantes da superintendência de Pesca e Aquicultura estão realizando uma rotina de visitas às comunidades pesqueiras do município. Na última semana, estiveram em Farol de São Thomé e nesta quarta-feira (24) foi a vez da comunidade de pescadores de Ponta Grossa dos Fidalgos. A primeira parada foi na sede da Associação de Pescadores, para tratar com o presidente Nelson Francisco de Carvalho as principais demandas da atividade.
A retirada da grande quantidade de vegetação aquática, que impede o deslocamento das pequenas embarcações para a área de pesca no meio da lagoa, foi apontada como a demanda mais imediata. As grandes ilhas de vegetação se deslocam com a incidência de ventos mais fortes, impedindo a saída das mais de 150 canoas para os locais de pesca.
— Esta situação é antiga. Já colocaram máquinas e até flutuantes, que amenizava por pouco tempo. Uma forma de resolver o problema seria a retomada das antigas "empreitadas". Éramos mais de 30 homens daqui do lugar trabalhando com nossas próprias embarcações na retirada das "orelhas de burro" (planta aquática). A prefeitura participava da ação. Precisamos retornar este trabalho — sugeriu Nelson.
Segundo o superintendente adjunto de Pesca e Aquicultura, José Armando Barreto, a operação das comportas é feita pela equipe do Instituto Estadual do Ambiente (INEA). “Eles afirmam, e nós da superintendência concordamos, que a grande preocupação é com a garantia de água para as atividades humanas. A segurança hídrica precisa estar sempre em primeiro lugar”, ressalta.
Já com os pescadores às margens da lagoa, a conversa foi em torno da falta de peixes para o sustento de suas famílias. Segundo eles, todas as 18 comportas no Canal das Flechas estão fechadas, impedindo a entrada de peixes do mar para a lagoa. O Robalo e a Tainha são as principais espécies capturadas e que oferecem melhor volume de captura. O controle das portas é feito pelo pessoal do INEA.
— Nos deparamos com algumas canoas voltando de uma noite inteira de pescaria e a pouca quantidade de pescado impressiona. Na embarcação do seu Paulo da Silva, mais conhecido por “Bilé”, havia pouco mais de cinco quilos de peixes. Segundo ele, isso mal paga as despesas com combustível, não sobrando nada pra alimentar a família — acrescenta José Armando.