Unidade de abrigamento com uma série de atividades

Unidade de abrigamento de alta complexidade da Secretaria da Família e Assistência Social, a Casa de Passagem vem garantindo atendimento integral de estadia, convívio e acolhimento a pessoas em situação de rua e desabrigo por abandono, migração e ausência de residência. A casa também acolhe pessoas em trânsito, sem condições de autossustento.  Para a unidade são encaminhadas pessoas que tiveram atendimento inicial no Centro de Referência Especializado para População de Rua (CentroPop).
 
A Casa de Passagem funciona em sistema 24 horas e os assistidos têm a unidade como endereço de referência por um período de três meses. De acordo com a coordenadora da Casa, Cláudia Cristina Silva, esse período pode ser prolongado para possibilitar aos acolhidos uma série de procedimentos, como trabalhar vínculos familiares que foram rompidos, recuperação de dependências químicas, inclusão no mercado de trabalho, obtenção de um benefício social, como aposentadoria, entre outros.  De janeiro até hoje, 73 pessoas passaram pela unidade que, atualmente, mantém 14 homens e cinco mulheres abrigados.
 
Na Casa, os acolhidos desenvolvem uma série de atividades, como artesanato e jardinagem. Eles preparam peças com material reciclado para uma exposição e, recentemente, iniciaram o cultivo de uma horta e estão replantando os jardins. A criação de uma horta foi uma solicitação de Salvador, de 59 anos, que está na casa há cerca de cinco meses e deverá, em breve, retornar a sua própria casa, para conviver com os irmãos. “Briguei com a família e fiquei perdido pelas ruas. Me trouxeram para cá e recebi cuidados médicos, pois estava doente. Ache bom ficar aqui e, como sempre gostei de mexer com a terra, dei a ideia de fazer a horta, que estou cuidando e já está bem bonita”, disse o senhor.
 
Brasil Alfabetizado – Na última semana, através de parceria com a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes, os acolhidos passaram a ter aulas pelo projeto Brasil Alfabetizado. De acordo com a professora Tema dos Reis, que leciona há 10 anos na rede municipal, o objetivo é dar o letramento inicial e as quatro operações matemáticas primárias, para que os interessados possam participar da EJA – Educação para Jovens e Adultos e terem mais chance de conseguir trabalho.
 
- Há uns sete meses vim do Rio para Campos, em um projeto da Igreja Batista de recuperação de dependência química. Não consegui ficar no projeto, porque não podia fumar e esse é um vício que ainda não venci. Estou na Casa de Passagem há menos de dois meses, frequentando o Caps AD e já estou buscando trabalho. Fui ao Balcão de Empregos, onde fizeram meu currículo, que deixei em alguns lugares. Agora posso voltar a estudar, porque parei na antiga 7ª série. Acho esta uma ótima oportunidade para as pessoas que estão aqui, na Casa de Passagem - declarou Valéria, 53 anos.