Notícia no detalhe
Ferreira Gullar dá uma aula de amor à arte na Bienal
“A arte existe porque a vida não basta”, com esta frase Ferreira Gullar explica o sentido da arte. Ele continua: “A função da arte é inventar a realidade. A arte é a visão das coisas que não conhecemos. A arte é alguma coisa que não existia antes. A vida é inventada. O mundo é inexplicável. Quase tudo que existe vem do acaso. Mas não é só a acaso. É o acaso e a necessidade. Numa folha em branco tudo é possível. Quando escrevemos a primeira palavra, diminui a probabilidade. Quando começamos de um jeito, vem a palavra necessária”, diz Ferreira Gullar, que ministrou nesta terça-feira (20) uma palestra no Espaço Café Literário da 8ª Bienal do Livro de Campos no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop) mediada pela professora Analice Martins. Com uma platéia repleta de jovens, o poeta expôs seus pensamentos e contou um pouco de sua vida e obra.
Ainda quanto à imprevisibilidade da vida, Ferreira Gullar falou sobre a ditadura militar no Brasil. “Se os milicos não tivessem me mandado embora do Brasil, eu não tinha escrito o ‘Poema Sujo’, meu poema mais famoso. Eu saiu do Brasil para o exílio. Fui para a Argentina, depois para o Chile, depois para o Peru e voltei à Argentina. Quando sai do Chile deram o golpe contra Allende. Quando estava a caminho da Argentina, Perón morreu. A América Latina estava tomada por ditaduras. Quis voltar para o Brasil, quiseram prender meu passaporte. Não aceite. Cancelaram meu passaporte. Tive de ficar na Argentina. Foi onde fiz o ‘Poema Suja’. Levei cinco meses escrevendo”, contou o poeta, que se disse bacharel em subversão.
Ferreira Gullar falou sobre como surgiu a poesia concreta. “Nasci em São Luís do Maranhão, que era uma cidade atrasada. Quando teve a Semana de Arte Moderna de 1922, eu estava escrevendo conforme os parnasianos. Compreendi que a poesia que eu fazia era de um mundo idealizado. Em 1945, quando os poetas retornaram à rima e a métrica, eu aderi ao modernismo. Criei o poema concreto, que destruiu a linguagem, uma outra poesia, uma outra origem, uma poesia verdadeira que nasce do cotidiano. Passei a fazer poesia da vida banal. A partir daí me tornei um poeta moderno. Em 1950, com um poema moderno, ganhei um concurso nacional de poesias. A partir daí minha vida mudou. Não só a poesia. Passei a mudar a maneira de ver a poesia, a forma de fazer, com versos livres do clássico soneto”, explicou o poeta.
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