Teve início nesta quarta-feira (12) a Capacitação em Saúde da Criança na Atenção Primária à Saúde, promovida pela Subsecretaria de Atenção Primária à Saúde (APS). A capacitação, voltada para médicos e enfermeiros da Estratégia Saúde da Família (ESF) do município, será realizada em três encontros, sendo os próximos nos dias 19 e 26 de novembro.
De acordo com a gerente de Programas da APS, Bia Mayerhofer, o curso de puericultura tem como objetivo apresentar o fluxo, aprimorar o acompanhamento da saúde infantil, integrando os indicadores de saúde à qualificação dos profissionais. “A proposta é fortalecer a atenção multiprofissional entre médicos e enfermeiros, com consultas intercaladas, garantindo o acesso da população e o acompanhamento integral da criança desde os primeiros dias de vida, com a primeira consulta realizada até o sétimo dia e vinculando-a à Estratégia de Saúde da Família”, explicou.
A programação inclui palestras voltadas à apresentação do fluxo de cuidado integral à população infantil e à capacitação das equipes para que possam atuar de forma integrada dentro das unidades de saúde. “Nesse curso, nós vamos focar na população de zero a dois anos de idade e trabalhar a alimentação, desde a amamentação até a introdução alimentar. Também vamos abordar a avaliação e o registro dos marcos do neurodesenvolvimento infantil, que devem ser avaliados com muito critério em todas as consultas e registrados na caderneta da criança”, explicou a médica da ESF Maria Leticia Pessanha, uma das responsáveis pela capacitação.
A médica Bianca Carraro, especialista em Medicina de Família e Comunidade, destacou que a consulta com o médico dessa especialidade, realizada dentro de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), tem como foco principal o cuidado integral ao paciente — uma abordagem que vai além do tratamento de doenças e comorbidades.
“Esse cuidado integral é cuidar da pessoa e não apenas das doenças e das comorbidades que ela tem. É entender quem ela é, o que está trazendo para mim, o contexto em que vive e como está inserida na comunidade, porque nós sabemos que os determinantes sociais de saúde e as condições do território influenciam diretamente na vida e na saúde do paciente. Então, a gente precisa olhar para a pessoa como um todo. Às vezes, a experiência que ela tem com a própria doença é diferente da visão que o profissional tem. Isso é um olhar diferenciado, um cuidado mais individualizado e humanizado”, explicou Bianca, que também ministrou a capacitação.
Outro diferencial do médico de família, conforme explica a profissional, é o atendimento a todas as faixas etárias. “Nós acompanhamos desde o bebê ainda dentro da barriga até o idoso. Esse também é um dos diferencias que você vai encontrar numa consulta com o médico da família e comunidade”, conclui.
Parte da equipe de palestrante, a médica de família Bruna Chagas, reforçou o papel do médico de família e comunidade na saúde da criança. “É muito importante que a gente tenha esse olhar integral e esse cuidado continuado. Então, a gente atende a criança e consegue entender o contexto familiar, o contexto social, o ambiente que ela vive, fazer essas visitas domiciliares e trabalhar multiprofissionalmente. Então, a gente tem os acessos, tem os enfermeiros, tem o checo de enfermagem. Então, a abordagem da medicina de família é diferenciada e muito completa”, disse.
A expectativa é de que, ao final da capacitação, cerca de 145 profissionais das 69 equipes do município, sejam alcançados.